I(SAERO). Leia o texto abaixo e responda.
Feijões ou problemas?
Reza a lenda que um monge, próximo de se aposentar, precisava encontrar um sucessor. Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos, mas apenas um o poderia. Para sanar as dúvidas, o mestre
lançou um desafio, para por a sabedoria dos dois à prova: ambos receberiam alguns grãos de feijão, que deveriam colocar dentro dos sapatos,
para então empreender a subida de uma grande montanha.
Dia e hora marcado, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos
começou a mancar. No meio da subida, parou e tirou os sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor. Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista.
Prova encerrada, todos de volta ao pé da montanha, para ouvir do monge o óbvio anúncio.
Após o festejo, o derrotado aproxima-se do
vencedor e pergunta como é que ele havia
conseguido subir e descer com os feijões nos
sapatos:
– Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei.
Carregando feijões, ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a vida.
Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento, é você quem determina.
Disponível em: <http://www.metaforas.com.br/>. Acesso em: 13 mar.
2011.
Nesse texto, o discípulo que venceu a prova
A) colocou o feijão em um sapato.
B) cozinhou o feijão.
C) desceu a montanha correndo.
D) sumiu da vista do oponente.
E) tirou seu sapato.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Nunca é tarde, sempre é tarde
Conseguiu aprontar-se, mas não teve tempo de guardar o material de maquiagem espalhado sobre a penteadeira. Olhou-se no espelho. Nem
bonita, nem feia. Secretária.
Sou uma secretária, pensou, procurando conscientizar-se. Não devo ser, no trabalho, nem
bonita, nem feia. Devo me pintar, vestir-me bem, mas sem exagero. Beleza mesmo é pra fim de semana. Nem bonita, nem feia, disse consigo mesma. Concluiu que não havia tempo nem para o café. Cruzou a sala e o hall em disparada, na direção da porta da saída, ao mesmo tempo em que gritava para a mãe envolvida pelos vapores da cozinha, eu como alguma coisa lá mesmo. Sempre tem alguma bolachinha disponível. Café nunca falta.
A mãe reclamou mais uma vez. Você acaba doente, Su. Assim não pode. Assim não. Su, enlouquecida pela pressa, nada ouviu. Poucas vezes ouvia o que a mãe lhe dizia. Louca de pressa, ia sair, avançou a mão para a maçaneta da porta e assustou-se. A campainha tocou naquele exato momento. Quem haveria de ser àquela hora? A campainha era insistente.
Algum dedo nervoso apertava-a sem tréguas. A campainha. Su acordou finalmente com o tilintar vibrante do despertador Westclox e se deu conta de que sequer havia levantado.
Raios. Tudo por fazer. Mesmo que acordasse em tempo, tinha sempre que correr, correr. [...]
GIORDANI, Silvio. In: LADEIRA, Julieta de Godoy (Org). Contos
brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna: 1994, p. 79.
Fragmento.
A personagem se assustou devido
A) à percepção de que sequer havia levantado.
B) à possibilidade de ficar muito doente.
C) à reclamação da mãe.
D) ao atraso para o trabalho.
E) ao toque da campainha.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
O torcedor
No jogo de decisão do campeonato, Eváglio torceu pelo Atlético Mineiro, não porque fosse atleticano ou mineiro, mas porque receava o
carnaval nas ruas se o Flamengo vencesse.
Visitava um amigo em bairro distante, nenhum dos dois tem carro, e ele previa que a volta seria problema.
O Flamengo triunfou, e Eváglio deixou de ser atleticano para detestar todos os clubes de
futebol, que perturbam a vida urbana com suas vitórias. Saindo em busca de táxi inexistente,acabou se metendo num ônibus em que não cabia mais ninguém, e havia duas bandeiras rubro-negras para cada passageiro. E não eram
bandeiras pequenas nem torcedores exaustos:
estes pareciam terem guardado a capacidade de
grito para depois da vitória.
Eváglio sentiu-se dentro do Maracanã, até mesmo dentro da bola chutada por 44 pés. A bola era ele, embora ninguém reparasse naquela esfera humana que ansiava por tornar a ser gente a caminho de casa.
Lembrando-se de que torcera pelo vencido, teve medo, para não dizer terror. Se lessem em
seu íntimo o segredo, estava perdido. Mas todos cantavam, sambavam com alegria tão pura que ele próprio começou a sentir um pouco de Flamengo dentro de si. Era o canto?
Eram braços e pernas falando além da boca? A emanação de entusiasmo o contagiava e
transformava. Marcou com a cabeça o acompanhamento da música. Abriu os lábios, simulando cantar. Cantou. [...] Estava batizado, crismado e ungido: uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
O pessoal desceu na Gávea, empurrando Eváglio para descer também e continuar a festa, mas Eváglio mora em Ipanema, e já com o pé no
estribo se lembrou. Loucura continuar Flamengo [...] Segurou firme na porta, gritou: “Eu volto, gente! Vou só trocar de roupa” e, não se sabe
como, chegou intacto ao lar, já sem compromisso clubista.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em:
<http://flamengoeternamente.blogspot.com/2007/04/o-torcedor-
carlos-drummond-de-andrade.
html>. Acesso em: 13 jan. 2011. Fragmento.
De acordo com esse texto, Eváglio torceu contra o Flamengo, porque
A) achava os flamenguistas perturbadores.
B) detestava os clubes de futebol.
C) era torcedor do Atlético Mineiro.
D) estava na casa de um amigo mineiro.
E) receava o carnaval nas ruas.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Em harmonia com a natureza
Todas as manhãs, Laila Soares, 17, entra
na internet para ver qual é a lição de casa do dia.
De dentro de sua casa no interior de Goiás, feita
de barro, areia e palha, ela se comunica com
seus professores na Austrália e discute com
outros alunos os tópicos do fórum da semana.
Além das aulas convencionais, como biologia e
matemática, ela estuda mitologia e a condição da
mulher na sociedade. À tarde, se dedica a tocar
violão, pintar ou cuidar das plantas. Duas vezes
por semana, ela visita escolas onde dá aula para
alunos e professores com o intuito de promover a
sustentabilidade.
Sustentabilidade significa gastar menos do
que a natureza consegue repor. Este é o conceito
por trás das ecovilas, comunidades nas quais as
ações sustentáveis vão muito além da reciclagem
do lixo. Ela mora no Ecocentro Ipec (Instituto de
Permacultura e Ecovilas do Cerrado), uma ecovila
a três quilômetros de Pirenópolis criada há dez
anos por seu pai, brasileiro, e sua mãe,
australiana.
Atualmente, há cerca de 20 pessoas
morando no local. Mas na época dos cursos o
número de residentes pode subir para 150.
“Recebemos gente do mundo inteiro. Estou
sempre conhecendo culturas novas e fazendo
novos amigos.” Mas não é só no ecocentro que
Laila expande seus horizontes. Frequentemente,
acompanha os pais em trabalhos ao redor do
mundo. “Por isso optamos pela escola a
distância”, explica. “Assim, posso viajar e
continuar estudando.”
Disponível em:
<http://profhelena4e5ano.blogspot.com.br/search?updated-
min=2011-01-01T00:00:00-03:00&updated-max=2012-01-
01T00:00:00-03:00&max-results=50>. Acesso em: 20 abr. 2012.
De acordo com esse texto, Laila estuda em uma
escola a distância porque
A) é filha de pai brasileiro e mãe australiana.
B) expande seus horizontes nos ecocentros.
C) mora a três quilômetros de Pirenópolis.
D) precisa promover a sustentabilidade nas
escolas.
E) viaja ao redor do mundo acompanhando os
pais.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Descoberta novas espécies de hominídeos
que conviveram com ‘Homo erectus’ há 1,7
milhão de anos
Três fósseis encontrados na África
desvendam um mistério de quarenta anos e
permite aos especialistas conhecer melhor a base
da evolução humana Três novos fósseis
descobertos na fronteira entre o Quênia e a
Etiópia, na África, confirmam que duas espécies
de hominídeos viveram ao lado do Homo erectus
há dois milhões de anos. Até então se sabia com
certeza apenas da existência de uma segunda
espécie que habitou a Terra na época – o terceiro
Homo era uma incógnita. O estudo foi publicado
na revista Nature. Os fósseis – um rosto e alguns
dentes de um menino com cerca de oito anos,
uma mandíbula inferior completa com dentes e
raízes e parte de outra mandíbula inferior de um
adulto, incompleta, também com dentes e raízes –
foram encontrados entre 2007 e 2009 no leste do
lago Turkana e pertenceram a hominídeos que
viveram entre 1,78 milhões e 1,95 milhões de
anos atrás.
A descoberta permitiu aos paleontólogos
“juntar” as peças de um quebra-cabeça que, há
quarenta anos, os intrigava: o fóssil, chamado de
KNM-ER 1470 (ou só 1470), descoberto em 1972,
seria ou não uma nova espécie de Homo? Ele
tinha um rosto muito maior que outros fósseis
encontrados na região, o que tornava difícil
compará-lo com outras espécies.
Por não se ter a arcada dentária desses
fósseis, as análises não eram conclusivas. Parte
dos especialistas defendia que se tratava de uma
dismorfia de uma única espécie, outra parte que se tratava de algo completamente novo. É aqui
que os novos fósseis entram e se encaixam na
história do 1470: as novas evidências comprovam
que não se tratava de uma alteração pontual na
forma, mas de um tipo diferente de Homo.
O fóssil do rosto recentemente encontrado é
semelhante ao do 1470. Ele tem uma morfologia
desconhecida até então, incluindo o tamanho da
face e dos dentes pós-caninos.
Foi chamado de KNM-ER 62 000. A
mandíbula completa, chamada de KNM-ER 60
000, e o fragmento de mandíbula, KNM-ER 62
003, têm uma arcada dentária mais curta e
incisivos pequenos, o que encaixa na morfologia
do 1470 e do rosto 62 000.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/descoberta-
novas-especies-de-hominideos-que-conviveram-com-homo-erectus-
ha-1-7-milhao-de-anos>.
Acesso em: 14 ago. 2012.
De acordo com esse texto, era difícil comparar o
fóssil descoberto em 1972 com o de outras
espécies, porque
A) a arcada dentária era desconhecida.
B) as análises eram inconclusivas.
C) era algo totalmente novo.
D) era uma dismorfia da espécie.
E) o tamanho do rosto era maior.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Sopão nas ruas
Doar comida nas ruas da cidade não é legal.
A Vigilância Sanitária não permite a distribuição
de alimentos nas vias públicas sem um laudo.
Portanto, as pessoas não podem fazer isso, ainda
que de maneira voluntária.
Também precisam entender que essa forma
de voluntarismo prejudica as ONGs conveniadas
com a prefeitura, que oferecem serviços de
alimentação em locais adequados, limpos e
seguros, assim como o trabalho dos 125 agentes
de proteção social que circulam todos os dias
pela cidade tentando convencer, sempre de
maneira respeitosa, os que moram nas ruas a
fazer uso dos 37 albergues e 9 abrigos que
existem hoje na capital, funcionando 24 horas e
atendendo mais de 8 mil pessoas. A distribuição
de comida incentiva a permanência das pessoas
nas ruas, comprometendo em muito o
acolhimento, a proteção e a reinserção social e
familiar desses cidadãos mais vulneráveis.
O polêmico gesto resulta, ainda, em
centenas de reclamações de moradores e
comerciantes acerca da sujeira espalhada nas
calçadas da cidade, contribuindo para a
proliferação de ratos, com restos de alimentos,
pratos e copos descartáveis e garrafas de pet
usadas. As organizações sociais que querem
realmente ajudar devem nos procurar para que
possamos, juntos, organizar uma distribuição de
alimentos dentro de equipamentos próprios, de
forma digna e humana. A Associação Evangélica
Brasileira ou a ONG Rede Rua, por exemplo,
mantêm o restaurante Porto Seguro, na América,
e o Penaforte Mendes, na Bela Vista, que servem
refeições gratuitas aos moradores de ruas.
Por que não doar alimentos a esses locais?
Vamos trabalhar em rede, com sinergia e em
parceria?
Floriano Pesaro, Secretário Municipal de Desenvolvimento e
Assistência Social.
Disponível em:
<http://www.florianopesaro.com.br/imprensa/230506JornaldaTarde.jp
g>. Acesso em: 4 mar. 2012.
De acordo com esse texto, a doação de comida
nas ruas é ilegal porque
A) contribui para a proliferação de ratos nas
ruas.
B) é necessário ter um laudo da Vigilância
Sanitária.
C) gera reclamações de comerciantes e
moradores.
D) incentiva as pessoas a continuarem morando
nas ruas.
E) prejudica as ONGs que servem alimentos
adequados.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Estudo simulará aquecimento amazônico e
suas consequências
Para descobrir como animais e plantas vão
se virar diante do desafio do aquecimento global,
cientistas do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia) vão recriar artificialmente o
ambiente aquático amazônico num clima mais
quente.
A ideia é ter cenários baseados em três
projeções do IPCC (painel do clima da ONU) para
2100, da mais branda à mais catastrófica.
O projeto, diz seu coordenador, Adalberto
Val, diretor do Inpa, é inédito no mundo.
“Muitos pesquisadores olham para os
animais terrestres quando fazem projeções, mas
se esquecem da vida aquática”, afirma o biólogo.
No caso da Amazônia, há mais de 3.000
espécies de peixes conhecidas – boa parte delas
endêmica (ou seja, só existem naquela região). O
impacto do aquecimento sobre a vida aquática
começa fora d’água. Com a redução das árvores
em volta dos rios (elas podem morrer com o clima
mais quente), a radiação solar que atinge o
ambiente aquático aumenta.
Além disso, os bichos tendem a nadar mais
superficialmente para respirar diante da redução
de oxigênio nas águas, que têm aumento de
carbono e ficam mais ácidas com o aquecimento
global.
Mais expostos à luz solar, os peixes correm
mais risco de sofrer mutações por causa da
radiação, e isso pode prejudicar sua saúde. [...].
A hipótese dos cientistas é que os truques
para sobreviver ao aquecimento estão no
DNA dos animais desde o período Jurássico, há
cerca de 200 milhões de anos, quando o clima
era mais quente.
Val também lembrou que, diante de condições
climáticas adversas, os peixes tendem a migrar
para outros ambientes. Em geral, os que ficam
nas condições mais quentes tendem a ser os
peixes ósseos. Os cartilaginosos (como as
arraias) procuram outras águas, menos tépidas.
Isso traz desequilíbrios ambientais, como disputa
acirrada por alimentos.
RIGUETTI, Sabine. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/943422-estudo-simulara-
aquecimento-amazonico-e-suasconsequencias.
shtml>. Acesso em: 24 ago. 2011. Fragmento.
De acordo com Adalberto Val, a tendência à
migração de peixes para outros ambientes ocorre
por causa
A) da disputa acirrada por alimentos.
B) da grande quantidade de espécies.
C) da redução de oxigênio na água.
D) de condições adversas do clima.
E) de mutações genéticas sofridas.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Vivendo e aprendendo
A manutenção da atividade mental no
processo de envelhecimento é tão importante que
um dos 10 Mandamentos da Aposentadoria Feliz
é “Seja um eterno aprendiz: língua estrangeira,
instrumento musical, pintura, etc”.
Quando nascemos temos aproximadamente
100 bilhões de neurônios, mas muitos morrem ao
longo da vida. Um dos fatores que acelera a
morte das células nervosas é a falta de uso. Para
continuar vivo, o neurônio precisa ser estimulado,
o que acontece quando aprendemos coisas
novas. [...]
Outro Mandamento da Aposentadoria Feliz
é “Curta a natureza e conheça novos lugares,
começando pelos mais próximos”. O contato com
o meio ambiente natural e com a área rural tem
um efeito positivo na saúde mental. [...]
Aliar educação, cultura e preservação
ambiental com turismo é essencial à qualidade de
vida, em todas as idades.
COSTA, José Luiz Riani. Disponível em: <
http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/Colaboradores/colaboradores/9
4439-Vivendo-e-aprendendopor-
Jose-Luiz-Riani-Costa>. Acesso em: 8 out. 2012. (P110044E4_SUP)
De acordo com esse texto, as células nervosas
morrem mais rapidamente quando
A) aprendemos coisas novas.
B) entram em contato com o ambiente.
C) inicia o processo de envelhecimento.
D) precisam ser estimuladas.
E) são pouco usadas.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A importância da leitura como identidade social
[...] Um dos nossos objetivos é incentivar a
leitura de textos escritos, não apenas daqueles
legitimados pelos acadêmicos como “boa leitura”,
mas os escolhidos livremente. Pela análise dos
números da última Bienal do Livro realizada em São
Paulo, constata-se que “ler não é problema”, pois,
segundo o Correio Braziliense de 25 de agosto de
2010, cerca de 740 mil pessoas visitaram os stands
que apresentaram mais de 2.200.000 títulos. Mas,
perguntamo-nos: os livros expostos e os leitores que
lá compareceram se encaixam em qual tipo de
leitor? Podemos afirmar que todos os livros foram
escritos para um leitor ideal, reflexivo, que dialogará
com os textos?
Muitos livros vendidos na Bienal têm como
foco a primeira e a segunda visão de leitura, seus
autores enxergam o texto como um fim em si
mesmo, apresentando ideias prontas, ou primando
pelo seu trabalho como um objeto de arte, em que o
domínio da língua é a base para a leitura.
Assim, cabe-nos refletir inicialmente sobre
como transformar um leitor comum em leitor ideal,
um cidadão pleno em relação a sua identidade. A
construção da identidade social é um fenômeno que
se produz em referência aos outros, a aceitabilidade
que temos e a credibilidade que conquistamos por
meio da negociação direta com as pessoas. A leitura
é a ferramenta que assegurará não apenas a
constituição da identidade, como também tornará
esse processo contínuo.
Para tornar isso factível podemos, como
educadores, adotar estratégias de incentivo,
apoiando-nos em textos como as tirinhas e as
histórias em quadrinhos, até chegar a leituras mais
complexas, como um romance de Saramago,
Machado de Assis ou textos científicos. Construir
em sala de aula relações intertextuais entre gêneros
e autores também é uma estratégia válida.
A família também tem papel importante no
incentivo à leitura, mas como incentivar filhos a ler,
se os pais não são leitores? Cabe à família não
apenas tornar a leitura acessível, mas pensar no ato
de ler como um processo. Discutimos à mesa
questões políticas, a trama da novela, por que não trazermos para nosso cotidiano discussões sobre os
livros que lemos?
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Disponível em:
<http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-
ortografia/32/
artigo235676-1.asp>. Acesso em: 13 nov. 2011. Fragmento.
De acordo com esse texto, uma das
características do leitor ideal é
A) conhecer as obras acadêmicas.
B) dialogar com todos os tipos de texto.
C) dominar o objeto da leitura, a língua.
D) enxergar o texto com um fim em si mesmo.
E) visitar a Bienal do Livro em São Paulo.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Texto
Entregue elevador da prefeitura
O prefeito de Nova Odessa e autoridades
inauguraram hoje o elevador panorâmico para
PNEs (Portadores de Necessidades Especiais),
idosos, gestantes e pessoas com difi culdades de
locomoção. Em seguida, cadeirantes usaram o
elevador para conhecer o piso superior do prédio
público. [...]
O novo elevador tem capacidade de carga
de 215 quilos, ou duas pessoas. A cabine tem
1,30 por 0,90 metro, porta deslizante automática
de quatro folhas (abertura central), com 90
centímetros de largura, além de piso revestido por
borracha sintética e botões em braile.
“Estamos realizando uma inauguração
simples, mas que tem um grande signifi cado,
principalmente para os usuários do novo
elevador. Acessibilidade é algo sério e nós, como
servidores públicos, temos que estar atentos às
obras necessárias. Com este elevador,
poderemos cobrar que qualquer prédio, seja
comercial ou residencial, com mais de um andar,
tenha um elevador, para garantir o acesso de
todos.”, disse Samartin.
“Ter um elevador no Paço Municipal não é
uma conquista apenas para os defi cientes
físicos, e sim para todos que têm difi culdades de
locomoção. Só nós sabemos as difi culdades que
encontramos. As pessoas que andam, veem um
elevador e o acham algo normal, não sabem a difi
culdade que as barreiras arquitetônicas nos
impõem. Para nós, um degrau com alguns
centímetros já é considerado uma barreira”, disse
o presidente da APNEN
(Associação dos Portadores de Necessidades
Especiais de Nova Odessa). [...]
Disponível em:
<http://www.walterbartels.com/print_noticia.asp?id=8239>. Acesso
em: 16 mar. 2012. Fragmento.
De acordo com o Texto, o elevador inaugurado
representa uma conquista para
A) o prefeito de Nova Odessa.
B) o presidente da APNEN.
C) os moradores da cidade.
D) os que têm dificuldades de locomoção.
E) os servidores públicos municipais.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
A melhor amiga do homem
Diogo Schelp
Devemos muito à vaca. Mas há quem a veja
como inimiga. A vaca, aqui referida como a parte
pelo todo bovino, é acusada de contribuir para a
degradação do ambiente e para o aquecimento
global. Cientistas atribuem ao 1,4 bilhão de cabeças
de gado existentes no mundo quase metade das
emissões de metano, um dos gases causadores do
efeito estufa. Acusam-se as chifrudas de beber água
demais e ocupar um espaço precioso para a
agricultura.
O truísmo inconveniente é que homem e vaca
são unha e carne. [...] Imaginar o mundo sem vacas
é como desejar um planeta livre dos homens – uma
ideia, aliás, vista com simpatia por ambientalistas
menos esperançosos quanto à nossa espécie.
“Alterar radicalmente o papel dos bovinos no nosso
cotidiano, subtraindo-lhes a importância econômica,
pode levá-los à extinção e colocar em jogo um
recurso que está na base da construção da
humanidade e, por que não, de seu futuro”, diz o
veterinário José Fernando Garcia, da Universidade
Estadual Paulista em Araçatuba. [...]
A vaca tem um papel econômico crucial até
onde é considerada animal sagrado. Na Índia,
metade da energia doméstica vem da queima de
esterco. O líder indiano Mahatma Gandhi (1869-
1948), que, como todo hindu, não comia carne
bovina, escreveu: “A mãe vaca, depois de morta, é
tão útil quanto viva”. Nos Estados Unidos, as bases
da superpotência foram estabelecidas quando a
conquista do Oeste foi dada por encerrada, em
1890, fazendo surgir nas Grandes Planícies
americanas o maior rebanho bovino do mundo de
então. “Esse estoque permitiu que a carne se
tornasse, no século seguinte, uma fonte de proteína
para as massas, principalmente na forma de
hambúrguer”, escreveu Florian Werner. [...] Comer
um bom bife é uma aspiração natural e cultural. Ou
seja, nem que a vaca tussa a humanidade deixará
de ser onívora.
Revista Veja. p. 90-91, 17 jun. 2009. Fragmento.
De acordo com o autor desse texto,
A) a agricultura é mais preciosa do que a pecuária.
B) a dependência entre o homem e a vaca é
real.
C) a importância econômica da vaca é
unanimidade.
D) o ser humano gosta de comer um bom bife.
E) os EUA hoje possuem o maior rebanho
bovino.
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(PAEBES). Leia o texto abaixo.
As cocadas
Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era
menina prestimosa e trabalhadeira à moda do
tempo.
Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha
areado o tacho de cobre e ralado o coco.
Acompanhei rente à fornalha todo o serviço,
desde a escumação da calda até a apuração do
ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua,
vi quando cortada em losangos. Saiu uma cocada
morena, de ponto brando, atravessada de paus
de canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e
leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me
deu duas cocadas e guardou tudo mais numa
terrina grande, funda e de tampa pesada. Botou
no alto da prateleira.
Duas cocadas só... Eu esperava quatro e
comeria de uma assentada oito, dez mesmo.
Dias seguidos namorei aquela terrina,
inacessível de noite, sonhava com as cocadas.
De dia, as cocadas dançavam pequenas piruetas
na minha frente. Sempre eu estava por ali perto,
ajudando nas quitandas, esperando, aguardando
e de olho na terrina.
Batia os ovos, segurava a gamela, untava
as formas, arrumava nas assadeiras, entregava
na boca do forno e socava cascas no pesado
almofariz de bronze.
Estávamos nessa lida e minha prima
precisou de uma vasilha para bater um pão-de-ló.
Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a
terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do
seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiii...
Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão,
no canto da varanda e despejou de uma vez a
terrina.
As cocadas moreninhas, de ponto brando,
atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas
de coco leitoso e carnudo guardadas ainda
mornas e esquecidas, tinham se recoberto de
uma penugem cinzenta, macia e aveludada de
bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro:
Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um
perdigueiro de meu tio, lerdo, preguiçoso, nutrido
e abanando a cauda. Farejou os doces sem
interesse e passou a lamber, assim de lado, com
o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de
avançar nas cocadas.
Até hoje, quando me lembro disso, sinto
dentro de mim uma revolta – má e dolorida – de
não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e
cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado
das cocadas bolorentas com o cachorro.
CORALINA, Cora. O Tesouro da Casa Velha. 3. ed. São Paulo:
Global, 2000.p.85-6.
De acordo com esse texto, a menina
A) botou a terrina em cima da mesa.
B) chamou o cachorro para comer as cocadas.
C) cortou a cocada em losangos.
D) estendeu o papel sujo no chão e despejou a
terrina.
E) ficou sem coragem para enfrentar os adultos.
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(SPAECE). Leia o texto abaixo.
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava
Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa
para o convento, Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili
casou com J. Pinto Fernandes que não tinha
entrado na história.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em:
<http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm.html>
De acordo com esse texto, a personagem Lili
A) casou-se com Joaquim.
B) casou-se com J. Pinto.
C) foi para o convento.
D) morreu de desastre.
E) suicidou-se de tristeza.
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Leia o texto abaixo.
Qual foi a primeira escola?
Foram as escolas fundadas na Europa no
século 12. Isso se considerarmos o modelo de
escola que temos hoje, com professor e crianças
como alunos. Na Grécia antiga, as crianças eram
educadas, mas de modo informal, sem divisão em
séries nem salas de aula. Já na Europa medieval, o
conhecimento ficava restrito aos membros da Igreja
e a poucos nobres adultos.
A palavra “escola” vem do grego scholé, que
significava, acredite se quiser, “lugar do ócio”.
Isso porque as pessoas iam à escola em seu
tempo livre para refletir. Vários centros de ensino pipocaram pela Grécia, por iniciativa de diferentes
filósofos. As escolas geralmente eram levadas
adiante pelos discípulos do filósofo-fundador e cada
uma valorizava uma área de conhecimento.
A escola de Isócrates, um exímio orador, por
exemplo, era muito forte no exame da eloquência,
que é a arte de se expressar bem. Mas as escolas
multimatemáticas, que contemplam as disciplinas
básicas que temos hoje, como matemática, ciências
e geografia, só surgiram entre os séculos 19 e 20.
FUJOTA, Luiz. Mundo estranho. Julho 2008. p. 47. *Adaptado:
Reforma Ortográfica.
De acordo com esse texto, a escola de Isócrates
era excelente no ensino de
A) Ciências.
B) Geografia.
C) História.
D) Matemática.
E) Oratória.
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Leia o texto abaixo.
RONDÓ DO CAPITÃO
BÃO BALALÃO,
Senhor capitão,
Tirai este peso
Do meu coração.
Não é de tristeza,
Não é de aflição:
É só de esperança,
Senhor capitão!
A leve esperança,
A aérea esperança ...
Aérea, pois não!
– Peso mais pesado
Não existe não.
Ah, livrai-me dele,
Senhor capitão!
BANDEIRA, Manuel.
Leia novamente o terceiro verso. O peso que
deverá ser tirado é
A) a alegria.
B) a aflição.
C) a tristeza.
D) a esperança.
E) a saudade.
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Leia o texto abaixo.
Fórmula do sorriso
Mais importante que o sabor do creme
dental é o seu agente terapêutico, a fórmula
química que serve para controlar as bactérias que
provocam as cáries. Segundo a professora Lenise
Velmovitsky, da Universidade Federal
Fluminense, que analisou 25 tipos de pasta de
dentes em sua tese de doutourado, a substância
mais eficaz na escovação é o tricloson, um
antimicrobiano presente nas pastas de ação total
ou global. O flúor recalcifica os dentes e também
combate as cáries. O bicarbonato de sódio é um
abrasivo e remove manchas, mas em excesso
desgasta os dentes. A dentista recomenda o uso
de escovas macias e uma quantidade de pasta
equivalente ao tamanho de uma ervilha, pelo
menos três vezes ao dia. Além de fio dental.
Veja. 10 abr. 2002.
Segundo esse texto, deve-se evitar o excesso
de bicarbonato de sódio por causa
A) das bactérias das cáries.
B) das remoções das manchas.
C) do controle das bactérias.
D) do desgaste dos dentes.
E) do sabor do creme dental.
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(SIMAVE). Leia o texto abaixo e responda.
A reunião se estendeu pela tarde inteira.
Amontoados no quarto de Cris, os meninos não
chegavam a um acordo sobre quem faria o quê na
peça. Foi preciso muita conversa (e até alguns
beliscões) para que a maioria se conformasse
com a distribuição dos papéis. Júnior era o mais
forte do grupo e por isso ganhou o direito de
segurar o esqueleto. A Ique caberia a tarefa de
mover os ossos do braço, fazendo os gestos
necessários para acompanhar a fala de Valfrido.
E a voz, rouca e tenebrosa, Biel treinou durante
toda a manhã.
Apesar dos protestos, as meninas se
sujeitaram a permanecer na retaguarda, de olho
na casa do Bola e nas esquinas da rua, prontas a
avisar os garotos caso surgisse um imprevisto.
– E eu? E eu? – Cisco perguntou, após
assoar ferozmente o nariz. – Dão tem babel bra
bim?
KLEIN, Sérgio. Tremendo de Coragem. São Paulo: Fundamento
Educacional, 2001. p. 57.
A frase “Dão tem babel bra bim?” permite afirmar
que
A) Cisco está resfriado.
B) Biel está rouco.
C) Bola apareceu.
D) Valfrido falou.
E) Júnior é forte.
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(PROEB). Leia o texto abaixo.
É o boi
Senti que o texto “Como um boi vira bife”
(Supernovas, junho, pág.44), camuflado por
“figurinhas” e por uma descrição quase infantil
das etapas do abate do gado, subestimou a
minha inteligência. Será que é realmente razoável
obrigar que uma fêmea fique prenhe em todo cio?
Será mesmo compensador ser colocado em
confinamento por 3 meses “mas ter ração da
melhor qualidade”? Creio que nenhum animal
trocaria um pasto verde e farto por uma baia
cheia de seja-lá-o-que-for!
CAROLINA DI BIASI, SÃO PAULO, SP
No Texto, a expressão seja-lá-o-que-for sugere
que o conteúdo da baia é
A) apropriado.
B) caríssimo.
C) indiferente.
D) insubstituível.
E) valorizadíssimo.
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(SADEAM). Leia o texto abaixo e responda.
Quando o mar não está para peixe
Por que o mar fica agitado e pode causar estragos
nesta época do ano?
Quem mora em cidade com praia já deve ter
notado: quando chega o inverno, o mar costuma
ficar mais bravo e com ondas enormes! Isso
acontece porque é justamente nessa época do ano
que se intensificam os ventos causadores das
“ressacas”, nome que se costuma dar a esse
movimento rápido e violento das ondas do mar.
Quanto mais velozes forem esses ventos,
maiores serão as ondas, e mais forte será a
ressaca. “No inverno, a frequência e os riscos de
ressacas são maiores. Isso porque há um maior
encontro das massas de ar quente com as massas
de ar frio, gerando diferenças de pressão
atmosférica que originam os ventos formadores das
ressacas.”, explica o oceanógrafo David Zee, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Outro fator que pode aumentar a força das
ressacas são as marés. “O impacto das ondas e
ressacas depende das marés, pois elas elevam o
nível do mar e, portanto, permitem que as ondas
cheguem a regiões do litoral que antes não eram
alcançadas.”, diz David.
Mas não só isso influencia a ocorrência das
ressacas do mar. As alterações climáticas que
nosso planeta tem sofrido nas últimas décadas
também têm intensificado este fenômeno!
“Devido ao efeito estufa, acontece um maior
acúmulo de energia do Sol na atmosfera, energia
esta que é transferida ao mar sob a forma de
ondas”, explica o oceanógrafo.
E essas ressacas são perigosas! Elas podem
causar naufrágios, afogamentos e até mesmo
derrubar construções que estejam próximas da
costa. Inclusive animais e plantas podem ser
afetados pela força das ondas. “As ressacas podem
provocar o colapso de organismos que se fixam em
costões rochosos e vegetação costeira como
manguezais, restingas, etc. Peixes e mamíferos
tendem a fugir e se abrigar.”, diz David Zee.
Agora você já sabe: as ressacas podem ser
muito bonitas de assistir, mas nada de ficar muito
perto do mar quando ele estiver agitado!
TURINO, Fernanda. Disponível em: <Mares Ressacas
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/junho/quando-o-mar-
nao-esta-para-peixe>.Acesso em: 01 jul. 2011.
De acordo com as informações desse texto, o
termo “ressaca” é usado para nomear o
fenômeno
A) da influência das marés na elevação das
ondas do mar.
B) das alterações climáticas ocorridas em
nosso planeta.
C) do encontro das massas de ar quente como
as de ar frio.
D) do maior acúmulo de energia do Sol na
atmosfera.
E) do movimento rápido e violento das ondas
do mar.
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
Muitas leituras
Publicado pela primeira vez em 1899, Dom
Casmurro é uma das grandes obras de Machado de
Assis e confirma o olhar certeiro e crítico que o autor
estendia sobre toda a sociedade brasileira. [...]
O romance, entretanto, presta-se a muitas
leituras, e é interessante ver como a recepção ao
livro se modificou com o passar do tempo. Quando
foi lançado, era visto como o relato inquestionável
de uma situação de adultério, do ponto de vista do
marido traído. Depois dos anos 1960, quando
questões relativas aos direitos da mulher assumiram
importância maior em todo o mundo, surgiram
interpretações que indicavam outra possibilidade: a
de que a narrativa pudesse ser expressão de um
ciúme doentio, que cega o narrador e o faz conceber
uma situação imaginária de traição. [...]
O romance é a história de um homem de posses que ama uma moça pobre e esperta e se casa com ela. Em sua velhice, ele escreve um
romance de memórias para compreender Capitu,
até a metade do livro, é quem dá as cartas na relação. Trata-se de uma garota humilde, mas avançada e independente, muito diferente da mulher vista como modelo pela sociedade patriarcal do
século XIX. [...] Percebe-se, por isso, o peso do
possível adultério em suas costas.
Não se trata apenas de uma questão conjugal
entre iguais, mas de uma condenação de classe.
Bentinho utiliza o arbítrio da palavra para culpar sua
esposa. Mas é ele quem narra os acontecimentos e,
por isso, pode manipular os fatos da maneira que
melhor lhe convém. [...]
Nesse sentido, a questão central do livro não
é o adultério, e sim como Machado introduz na
literatura brasileira o problema das classes e, ainda,
de forma inovadora, a questão da mulher.
Dom Casmurro coloca no centro de sua temática a
menina que não se deixa comandar e, em virtude
disso, perturba a ordem vigente naquele ambiente
social estreito e conservador.
Disponível em:
<http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_41608
4.shtml>. Acesso em: 24 mar. 2012. Fragmento.
De acordo com esse texto, Bentinho pode
manipular os acontecimentos porque
A) é o narrador da história.
B) é um homem rico.
C) pertencia a sociedade patriarcal.
D) quer acusar sua esposa de adultério.
E) tem um ciúme doentio pela esposa.
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